É que entre tantos
rabiscos e riscos vou buscando a palavra ideal. Aquela que se encaixe
perfeitamente neste meu sentir de todo dia. Compro discos, livros, dicionários.
De nada me servem. Busco em amores, odores e dores. Nenhuma delas me cabe.
Nenhuma delas descreve este meu sentir. Perco-me entre começo e fim. Nada faz
sentido. Caminho por belos jardins. Sinto cheiro de terra, ouço barulho de
chuva. Busco olhares, sorrisos e risos. Eles não me dizem nada. Nem as falas insistentes
que me gritam palavras ao pé do ouvido dizem de fato o que é isto que sinto. O
que é este vão que me ocupa desde que me vi aqui, solitária dentro de mim. Mas
ainda não sei o que sinto. Na verdade, já nem sei o que busco. Depois de tanta
procura só me restou um imenso vazio.
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