Esses dias,
perguntei a mim mesma do que eu tinha mais medo, se do caos ou do silêncio mórbido.
Respondi de pronto, nenhum nem outro. Tanto caos como o silêncio me são
companheiros íntimos. Fazem de mim suas constantes moradas. Na verdade, o que
realmente temo é a solidão. Não esta em que vivo, mas a solidão que perdura.
Que dia após dia, está lá, silenciosa; mesmo em meio ao caos de mim. Mas não se
engane. Não temo estar só, o que me amedronta, é o silêncio nunca interrompido.
Desta solidão que me habita e me molda, me enclausura nas paredes de mim. Temo
o caos que nunca cessa. Que é infindo enquanto
busco a calmaria que se foi, deixando apenas silêncio e caos. Mas não os temo.
E não há quem me faça deixá-los. São meus. Foi só o que restou, em meio a tanto
silêncio e caos, aqui, em mim.