É esta minha
humanidade que me dilacera. Pois quanto mais busco a deidade, é que me perco em
meio a desejos que me cravam a pele, antes fria. Pois nesta ânsia de não ser
tanto, nesta carreira por entre personalidades que crio, eu corro e fujo. E
minto e finjo. Mas de nada me adianta. Não há saída para este labirinto infame
em que circulo todo dia. Não há quem me resgate de mim. Caminho tateando
paredes e fendas por onde eu possa escapar. Mas acabo fatigada e falha nesta
missão de ser santa, neste profano corpo em que habito, guardando segredos
nunca ditos, verdades sobre esta que sou, mas que nenhum outro conhece. Pois há
em mim esta labuta infinda de não ser tão humano. De ser modelo. Quase uma
marionete de pano.
Isto é prosa livre. Não há nada amarrado ou nó na garganta. O texto fluido.
ResponderExcluirAdorável.